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Histeroscopia: o que é e quais são as modalidades?

Publicado em 01/05/2025

Por Dr. Murilo Oliveira

A histeroscopia é uma técnica utilizada para examinar e tratar o interior do útero de forma minimamente invasiva. Sua aplicação vai desde o diagnóstico de alterações uterinas até a correção de condições que podem impactar a fertilidade feminina.

No contexto da reprodução assistida, a histeroscopiapode ser indicada para investigar fatores que dificultam a implantação embrionária e reduzem as chances de gravidez. Além disso, trata-se de uma técnica muito importante, de modo geral, pois é efetiva no manejo de doenças ginecológicas que afetam o bem-estar da mulher, como o miomas uterino com componente submucoso, pólipo endometrial, sinequias uterinas, entre outras.

Veja, neste artigo, o que é a histeroscopia, quais são as modalidades e compreenda a importância da técnica para a saúde reprodutiva feminina!

O que é histeroscopia e quais são as modalidades?

A histeroscopia é um procedimento realizado por via vaginal com o auxílio de um histeroscópio — um instrumento equipado com uma microcâmera que permite visualizar o interior do útero em tempo real.

A técnica pode ser realizada tanto com finalidade diagnóstica, para investigar possíveis alterações uterinas, quanto cirúrgica, para corrigir as anormalidades que se desenvolvem na cavidade do útero.

Vamos entender melhor cada uma das modalidades:

Histeroscopia diagnóstica

A histeroscopia diagnóstica é indicada para investigar doenças no útero que possam estar relacionadas a dificuldades para engravidar, abortamento de repetiçãoou outros sintomas, como sangramento uterino anormal.

O procedimento pode ser realizado em um contexto hospitalar ou ambulatorial, com ou sem necessidade de anestesia — a sedação tem o objetivo de reduzir o desconforto e a ansiedade da paciente. Durante o exame, o médico insere o histeroscópio pela vagina e pelo colo do útero e o instrumento é posicionado de forma a obter a visualização direta da cavidade uterina.

Entre as indicações da histeroscopia diagnóstica, estão:

presença de sangramento uterino anormal;
suspeita de doenças, como pólipo endometrial ou mioma submucoso;
avaliação de aderências intrauterinas (sinequias ou síndrome de Asherman);
diagnóstico de malformações uterinas, como o septo;
retirada de dispositivo intrauterino (DIU), quando o fio não está visível ao exame ginecológico tradicional;
avaliação das condições do endométrio (camada interna do útero) antes da transferência de embriões em tratamentos com fertilização in vitro(FIV).

A histeroscopia diagnóstica é rápida e segura e pode revelar importantes informações sobre a saúde de mulheres em idade reprodutiva, especialmente as que estão tentando engravidar.

Histeroscopia cirúrgica

A histeroscopia cirúrgica é realizada para tratar doenças uterinas identificadas durante a investigação diagnóstica — seja a condição confirmada previamente por histeroscopia diagnóstica, seja por outros exames de imagem, como a ecografia ou a histerossonografia.

Por se tratar de uma cirurgia, essa modalidade de histeroscopia envolve um procedimento mais complexo, que é feito em ambiente hospitalar e com anestesia.

Durante a cirurgia, o médico utiliza instrumentos específicos adaptados ao histeroscópio para remover as lesões encontradas no útero. A técnica permite uma abordagem precisa, preservando ao máximo o tecido intrauterino.

As condições tratadas com a histeroscopia cirúrgica incluem:

pólipos endometriais — projeções no endométrio, que podem interferir na implantação embrionária ou causar sangramentos anormais;
miomas submucosos — tumores benignos que distorcem a parede uterina e invadem o endométrio, podendo prejudicar o processo de implantação e o desenvolvimento da gravidez;
síndrome de Asherman — aderências uterinas que podem obstruir a cavidade do órgão e dificultar a gestação;
malformações uterinas — principalmente o septo, que reduz o espaço intrauterino e pode atrapalhar a manutenção da gravidez.

A histeroscopia cirúrgica oferece benefícios importantes, como recuperação rápida, baixa taxa de complicações e restauração da fertilidade, o que também depende de outros fatores do casal, por exemplo, idade materna e qualidade do sêmen.

Qual é a importância da histeroscopia no contexto da infertilidade e da reprodução assistida?

No tratamento da infertilidade, é essencial que o útero esteja em condições ideais para receber o embrião e possibilitar seu desenvolvimento. Alterações na cavidade uterina, mesmo que pequenas, podem comprometer a fixação embrionária ou aumentar os riscos de complicações gestacionais.

Para resumir, a histeroscopia é uma ferramenta útil no contexto da reprodução assistida porque:

ao corrigir anormalidades uterinas, ajuda a melhorar o ambiente para a implantação e desenvolvimento do embrião;
em técnicas como a fertilização in vitro, o exame ajuda a garantir que não haja barreiras físicas ou condições desfavoráveis no útero que possam afetar o sucesso do tratamento;
ao oferecer um diagnóstico preciso, a histeroscopia reduz o risco de intervenções desnecessárias ou repetitivas;
identifica e trata fatores de infertilidade, como miomas submucosos ou pólipos endometriais, que podem dificultar o tratamento de reprodução.

Além disso, para mulheres que enfrentam abortamento de repetição ou falhas em ciclos de FIV, a histeroscopia é uma abordagem essencial para identificar fatores que tenham passado despercebidos nos demais exames, durante a investigação da infertilidade conjugal.

A histeroscopia, seja diagnóstica ou cirúrgica, é um recurso importantíssimo na medicina reprodutiva moderna. Ela permite investigar e tratar condições que afetam as funções uterinas, de forma segura e eficaz, contribuindo para o sucesso dos tratamentos de infertilidade.

Leia mais um texto sobre histeroscopia para entender como essa técnica pode fazer parte do seu plano de tratamento!