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Ecografia e ultrassonografia são o mesmo exame?

Publicado em 13/11/2024

Por Dr. Murilo Oliveira

Você já precisou fazer uma ecografia ou uma ultrassonografia? Sabe do que se trata esse exame e qual é sua importância no contexto da investigação da infertilidade feminina?

Os diferentes termos podem despertar dúvidas, mas podemos nos referir a essa técnica de ambas as formas, pois ecografia e ultrassonografia são o mesmo exame.

Ecografia vem das palavras eco, que significa ecoar ou refletir o som, e grafia, que quer dizer escrita. Então, a tecnologia do exame permite escrever, ou melhor, descrever as imagens dos órgãos humanos por meio de ecos das ondas sonoras.

Ultrassom, por sua vez, significa som em frequência muito acima da faixa audível humana. Sendo assim, entende-se que o exame de ultrassonografia forma as imagens internas do corpo humano a partir da reflexão das ondas ultrassônicas.

Apesar dos detalhes técnicos e das diferenças na etimologia das palavras, os dois termos são corretamente empregados. Agora, continue a leitura para entender a importância dessa técnica diagnóstica na avaliação da fertilidade feminina!

O que é ecografia ou ultrassonografia?

A ecografia é um exame de imagem com utilidade clínica em várias áreas da medicina. No campo da ginecologia e da reprodução humana assistida, a técnica é fundamental para avaliar a morfologia dos órgãos reprodutores e diagnosticar alterações que podem afetar a fertilidade, como ovários policísticos, doenças uterinas e obstrução das trompas.

A tecnologia da ultrassonografia é baseada em transmitir, absorver e refletir ondas ultrassônicas. Os ecos (reflexão dessas ondas) geram imagens de acordo com o formato, o tamanho, as margens e outras características dos órgãos examinados, revelando se eles estão normais ou alterados.

O exame de ultrassom é de fácil aplicabilidade, seguro e indolor, além de economicamente acessível se comparado com recursos mais sofisticados como a ressonância nuclear magnética. Entretanto, trata-se de uma técnica operador-dependente, o que significa que a confiabilidade dos resultados depende muito da habilidade e da experiência do médico que realiza a ecografia.

Como o exame é realizado?

Há duas formas de fazer a ultrassonografia no contexto da avaliação feminina: transvaginal e pélvica suprapúbica. Embora a primeira modalidade seja a mais realizada, as duas podem ser indicadas.

A ecografia transvaginal é feita com um aparelho específico (transdutor), que é introduzido pelo canal vaginal após ser revestido com preservativo e recoberto com gel. A mulher fica deitada em posição ginecológica, enquanto o médico acompanha as imagens em um monitor e registra as informações obtidas.

Na ultrassonografia pélvica suprapúbica ou transabdominal, o transdutor é deslizado pelo abdome inferior da paciente, que permanece deitada normalmente, de barriga para cima — o transdutor é o aparelho que transmite as ondas ultrassônicas.

Na investigação da infertilidade, a ecografia é um dos primeiros exames indicados. No acompanhamento médico de rotina, as indicações também podem ser feitas quando a paciente apresenta sintomas de alterações ginecológicas, como dor no baixo abdome, dor pélvica, presença de nódulos pélvicos, menstruação irregular (ausente ou infrequente), sangramento abundante, entre outros.

Quais são os possíveis resultados associados à infertilidade?

A ecografia pode diagnosticar problemas nos ovários, nas tubas uterinas, no útero e em outras partes da região pélvica, por exemplo:

O diagnóstico dessas e de outras condições direciona o tratamento da infertilidade feminina, que pode envolver o uso de medicações, cirurgias e técnicas de reprodução humana assistida, além de melhoras no estilo de vida para otimizar o funcionamento do sistema reprodutor.

Outro importante objetivo da ecografia é a contagem de folículos antrais para avaliação da reserva ovariana. Com base nos resultados dessa avaliação, podemos definir o melhor protocolo de estimulação hormonal para um tratamento de reprodução ou fazer o aconselhamento reprodutivo — seja para tentativas naturais de gravidez, seja para realizar o congelamento dos óvulos como forma de preservação da fertilidade.

Nos tratamentos de reprodução humana, a ultrassonografia pélvica também é necessária para guiar determinados procedimentos, incluindo a estimulação ovariana, a punção dos óvulos e a transferência dos embriões para o útero.

A estimulação ovariana é um tratamento hormonal feito para aumentar o desenvolvimento de folículos ovarianos com a finalidade de obter mais óvulos maduros. É realizada com protocolos individualizados, que variam de intensidade conforme as características da paciente e a técnica de reprodução escolhida (coito programado, inseminação intrauterina ou FIV- fertilização in vitro).

A punção dos óvulos é realizada somente na FIV. Consiste na aspiração do líquido contido em cada folículo ovariano desenvolvido, seguida da coleta dos óvulos em laboratório. A ultrassonografia guia esse procedimento para que ele seja feito com mais segurança e precisão.

Por último, na FIV, os embriões que se formaram a partir da fertilização daqueles óvulos coletados são transferidos para o útero materno. Também nesse momento, a ecografia tem seu papel para melhorar a eficácia do procedimento.

Além da acurácia para diagnosticar diversas doenças e da relevância nos tratamentos de reprodução humana, a ecografia é essencial para monitorar o desenvolvimento do bebê durante toda a gravidez.

Aproveite sua visita para ler o artigo institucional sobre ecografia e se informe mais!