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Ressonância magnética

Por Dr. Murilo Oliveira

A ressonância magnética é um exame de imagem avançado, com alto nível de detalhamento, que pode ser indicado durante a investigação da infertilidade conjugal. Outras técnicas mais simples e acessíveis, como a ultrassonografia pélvica, também podem revelar alterações nos órgãos reprodutores.

O primeiro passo a ser dado pelo casal que enfrenta dificuldades para engravidar é consultar um médico especialista em medicina reprodutiva. Nessa primeira consulta, várias informações são coletadas e podem respaldar a suspeita de disfunções no sistema reprodutor feminino ou masculino. Em seguida, exames específicos são solicitados para concluir o diagnóstico.

A ressonância magnética é uma técnica de boa acurácia para avaliar a anatomia dos órgãos reprodutivos e demais tecidos moles e ósseos. O exame pode ser solicitado por médicos de várias especialidades. No âmbito da ginecologia e da medicina reprodutiva, essa técnica pode diagnosticar doenças nos ovários, no útero, nas tubas uterinas e em outras estruturas que participam das funções de reprodução.

Indicações para a ressonância magnética

No contexto da reprodução humana, após avaliação inicial do casal infértil e realização de outros exames mais acessíveis, a ressonância magnética pode ser indicada para aprofundar a investigação diagnóstica.

Diante da suspeita de fatores de infertilidade feminina, as indicações para a ressonância magnética podem ser feitas nas seguintes situações:

  • suspeita de doenças ginecológicas, por exemplo, a endometriose;
  • presença de sangramento uterino anormal;
  • presença de massa pélvica;
  • sintomas de afecções ginecológicas, como dor pélvica ou dor na parte inferior do abdome.

O homem também pode receber indicação para avaliar a fertilidade com a ressonância magnética quando apresenta:

  • dor abdominal ou pélvica;
  • alterações urinárias;
  • testículos inchados ou com nódulos;
  • ausência do testículo na bolsa escrotal;
  • alterações na próstata.

Outra condição que pode demandar uma investigação aprofundada é a infertilidade sem causa aparente (ISCA). Em um primeiro momento, essa classificação é dada ao casal que enfrenta dificuldades para engravidar, mas não encontrou nenhum fator preocupante nos resultados dos primeiros exames. Nesses casos, é preciso detalhar mais a avaliação com a ressonância magnética e outras técnicas com protocolos especializados.

Possíveis diagnósticos com a ressonância magnética

A ressonância magnética da pelve pode diagnosticar as seguintes condições:

  • endometriose;
  • mioma uterino;
  • adenomiose;
  • pólipo endometrial;
  • sinequias uterinas ou síndrome de Asherman;
  • malformações uterinas;
  • alterações nas trompas, como hidrossalpinge;
  • cistos ovarianos;
  • tumores pélvicos;
  • nos homens, o exame pode revelar doenças nos testículos e na próstata.

Além das anormalidades nos órgãos reprodutores, a ressonância magnética da pelve pode diagnosticar problemas em outros órgãos e sistemas do organismo, como na bexiga, no cólon e no reto.

Na investigação da infertilidade, a ressonância magnética da sela túrcica também pode ser útil para revelar causas de disfunções reprodutivas. Trata-se de uma região cerebral que abriga a hipófise ou glândula pituitária, uma importante estrutura endócrina, responsável por secretar os hormônios que estimulam o funcionamento das gônadas (ovários e testículos).

Procedimentos e orientações para o exame de ressonância magnética

A ressonância magnética é um exame feito com tecnologia refinada que possibilita a geração de imagens tridimensionais das estruturas anatômicas examinadas. Além da qualidade das imagens, essa técnica é segura e não emite radiação ionizante.

O exame é feito com a(o) paciente deitada em uma mesa, que é posicionada dentro de um grande equipamento, um tubo horizontal que contém ímãs, os quais formam um campo de pulsos eletromagnéticos.

Antes de a mesa de exame ser deslizada para dentro do tubo, dispositivos são colocados na área do corpo que será examinada. São bobinas que ajudam na emissão e na recepção das ondas de rádio. Os sinais captados são transformados em imagens internas do corpo humano.

A(o) paciente recebe orientação para permanecer imóvel durante o procedimento para não alterar as imagens. Em algumas situações, o exame é feito com o complemento de soluções de contraste administradas por via intravenosa.

A ressonância magnética é um exame seguro, rápido e indolor. No entanto, pessoas que sentem incômodo em locais fechados podem precisar de medicação apropriada antes do procedimento.

Outro fator que pode causar desconforto é o barulho dentro do equipamento. Fones de ouvido são oferecidos aos pacientes para que o exame seja mais tranquilo. Além disso, um intercomunicador pode ser acionado a qualquer momento para falar com o profissional, caso a pessoa examinada não se sinta bem.

Outra orientação importante antes do exame diz respeito à presença de objetos metálicos, que podem resultar em interações perigosas com os pulsos eletromagnéticos, como queimaduras. Portanto, além de retirar todos os objetos metálicos removíveis (relógio, anéis etc.), os pacientes devem informar previamente sobre a presença de dispositivos implantados no corpo, como marcapasso cardíaco, placas e parafusos ortopédicos, entre outros.

As atividades habituais podem ser imediatamente retomadas após a ressonância magnética, não havendo indicação para repouso ou quaisquer cuidados depois do procedimento.

Se o exame contribuir para o diagnóstico de alguma disfunção reprodutiva, o médico especialista deve apresentar as opções de tratamento, que podem incluir o manejo clínico, intervenções cirúrgicas e técnicas de reprodução humana assistida.

Entre os tratamentos de reprodução assistida para melhorar as chances de gravidez, as alternativas incluem: coito programado com indução da ovulação, inseminação intrauterina e fertilização in vitro (FIV). Muitas vezes, nem é preciso recorrer a essas técnicas, pois mudanças no estilo de vida, suplementação vitamínica e outras condutas simples podem ajudar a otimizar a fertilidade do casal.

A ressonância magnética é um recurso que pode auxiliar na jornada de investigação e preparação do casal infértil. Vale lembrar, no entanto, que esse percurso deve ser sempre individualizado. Ao olhar cada pessoa/casal de forma singular, podemos intervir de forma mais precisa e orientar os passos certos em direção ao propósito maior, que é ter um filho.