A doação de sêmen, óvulos e embriões abriu mais portas para casais com diferentes fatores de infertilidade que contam com o auxílio da medicina reprodutiva para engravidar. Essas possibilidades também se estendem a casais homoafetivos e pessoas solteiras que buscam a maternidade/paternidade independente.
O sêmen obtido por doação pode ser utilizado em dois tipos de tratamento de reprodução humana assistida: inseminação intrauterina e fertilização in vitro (FIV). A técnica mais apropriada é escolhida após avaliação detalhada, considerando fatores como causa da infertilidade, idade da mulher e condições das trompas ou tubas uterinas.
Há várias normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) que orientam os tratamentos com doação de gametas. Veja as principais:
Para mulheres solteiras que querem a maternidade independente e casais em situações específicas de infertilidade masculina, a doação de sêmen é um caminho possível para realizar o sonho de vivenciar a gestação e ter um filho.
A doação de sêmen pode ser indicada para:
Um dos critérios para ser doador de sêmen é a idade entre 18 e 45 anos. Além disso, o homem precisa passar por vários exames para comprovar boas condições de fertilidade e saúde geral, tais como espermograma, sorologias para rastreio de infecções e testes genéticos. Se a doação vier de um parente, avaliação psicológica também podem ser recomendadas na triagem.
As informações sobre as características clínicas e fenotípicas dos doadores ficam arquivadas e podem ser consultadas pela mulher ou casal que vai precisar da doação de sêmen, no momento de escolher um doador.
As amostras obtidas por doação de sêmen são submetidas ao preparo seminal com métodos que permitem selecionar os espermatozoides de melhor qualidade (morfologicamente normais e com motilidade). Depois disso, o sêmen processado é congelado.
Quando o material é escolhido, o sêmen é descongelado e utilizado em uma inseminação intrauterina ou na fertilização in vitro. Entenda como cada técnica é realizada!
A inseminação intrauterina ou inseminação artificial é uma técnica de baixa complexidade e que envolve poucos procedimentos: o estímulo ao desenvolvimento dos folículos ovarianos e a introdução do sêmen processado no útero da paciente durante o período fértil.
A estimulação ovariana, nesse caso, é feita com o objetivo de promover o desenvolvimento de 2 ou 3 folículos para ter mais chances de liberar um óvulo maduro. Com exames de ultrassom, é possível prever o dia da ovulação e agendar o procedimento de inseminação.
A introdução do sêmen no útero é realizada no consultório médico, de forma simples e rápida. Com o auxílio de uma fina cânula, os espermatozoides são colocados na cavidade uterina e devem continuar seu trajeto.
Desse momento em diante, o processo conceptivo ocorre da forma natural: os gametas masculinos devem se mover até as tubas uterinas, onde o óvulo fica disponível para ser fertilizado. Caso a fecundação aconteça, o embrião é transportado para o útero, onde deve se implantar.
As chances de sucesso com a inseminação intrauterina são maiores para as mulheres com menos de 37 anos. Acima dessa idade, a FIV pode levar a um melhor resultado. Outro critério para a indicação é a saúde das trompas, que devem estar desobstruídas para que os espermatozoides consigam se movimentar em direção ao óvulo e o embrião seja transportado para o útero.
A FIV é uma técnica de alta complexidade, que envolve um processo cuidadosamente controlado e feito em várias etapas, a começar com a estimulação ovariana. Nesse caso, o protocolo de estímulo requer doses mais altas de medicação hormonal para induzir o desenvolvimento de vários folículos ovarianos.
No momento apropriado, após a indução da maturação final dos óvulos, realiza-se a aspiração folicular e os óvulos são coletados. Na etapa seguinte, é feita a fertilização em laboratório com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Os embriões que se formam são mantidos em incubadora que simula o microambiente da tuba uterina para favorecer o início do desenvolvimento embrionário. Após 5 dias de cultivo, aproximadamente, fazemos a transferência dos embriões para o útero.
É normal sentir medo de buscar ajuda, mas procurar um especialista é justamente o caminho certo para saber quais são as alternativas em cada situação. Assim, com técnicas específicas, como a doação de sêmen, além de empatia, orientação e acompanhamento médico personalizado, você pode superar os desafios da infertilidade.