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Infertilidade masculina: o que é?

Publicado em 13/11/2024

Por Dr. Murilo Oliveira

A fertilidade conjugal se refere à capacidade de um casal engravidar e ter uma gestação bem-sucedida. Quando dizemos que um casal é infértil é porque aquele casal tem a dificuldade de ter um filho, portanto, isso pode envolver fatores de infertilidade masculina ou feminina.

A infertilidade é a condição na qual o casal se encontra quando não consegue engravidar após um determinado período de tentativas. Já os fatores de infertilidade são as possíveis causas dessa dificuldade de conceber, ou seja, são os problemas que podem ser diagnosticados durante a investigação do casal.

Por muito tempo, a responsabilidade sobre a infertilidade conjugal recaiu mais sobre os ombros da mulher. Hoje, após muitos estudos na área e o aprimoramento das técnicas diagnósticas, sabemos que os fatores masculinos estão presentes tanto quanto os femininos.

Acompanhe este artigo e entenda o que é infertilidade masculina e quais são os principais fatores relacionados!

O que é infertilidade masculina?

O conceito de infertilidade, segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), está relacionado à dificuldade de confirmar uma gravidez ou levar uma gestação a termo após, pelo menos, um ano de tentativas. Considera-se que ao longo desse período, o casal teve relações sexuais regularmente e sem utilizar métodos contraceptivos.

A infertilidade conjugal pode ter inúmeras causas. Quando falamos em fator masculino, significa que é o homem que tem alguma disfunção no sistema reprodutor. Dentre as diversas condições que podem deixar um homem infértil, estão:

  • infecções no trato genital;
  • varicocele;
  • síndromes genéticas;
  • alterações congênitas, como ausência dos vasos deferentes, criptorquidia, entre outras;
  • deficiência de testosterona ou de outros hormônios que regulam as funções reprodutivas — distúrbios hormonais são causados por doenças endócrinas e fatores do estilo de vida;
  • vasectomia e outras cirurgias pélvicas;
  • uso de hormônios androgênicos.

Esses e outros fatores podem ou não levar à infertilidade masculina. Os possíveis impactos ocorrem na produção espermática, na qualidade dos espermatozoides ou no transporte deles pelo trato reprodutivo até a ejaculação. Alguns problemas específicos, como as disfunções hormonais, também podem prejudicar o desejo sexual e a função erétil.

Como é a investigação e o tratamento da infertilidade masculina?

A investigação da infertilidade é focada no casal. Mesmo que existam sinais de que o fator é masculino, é importante que os dois (homem e mulher) sejam examinados.

A primeira etapa da investigação conjugal é a entrevista médica (anamnese). Por meio de uma série de perguntas, o médico especialista colhe informações sobre o histórico médico e reprodutivo do casal.

Passando para os exames, o homem deve realizar uma avaliação laboratorial da saúde geral, o que permite identificar alterações lipídicas e metabólicas. O espermograma também é solicitado, trata-se da principal ferramenta para avaliar os padrões seminais.

Embora o espermograma seja de grande utilidade na avaliação das características seminais, ele não faz o diagnóstico de todos os fatores de infertilidade masculinos. Além disso, resultados normais não atestam que o homem é fértil. Portanto, outros exames auxiliam na realização de uma investigação mais aprofundada, incluindo:

  • teste de prognóstico seminal (espermograma com capacitação espermática);
  • ultrassom da bolsa escrotal com Doppler;
  • teste de fragmentação do DNA espermático;
  • exames genéticos.

Quando o assunto é infertilidade, um desafio na investigação é que alguns homens têm mais resistência que as mulheres, tanto para serem avaliados quanto para aceitarem o diagnóstico de um fator masculino.

É importante trabalhar essa conscientização e deixar claro que se houver a colaboração de todos, é mais fácil abordar as possibilidades com o casal e seguir na direção certa para conseguir um resultado positivo.

Os tratamentos para os fatores de infertilidade masculina, dependendo do diagnóstico e de outras características de cada casal, podem incluir:

  • mudanças no estilo de vida (priorização de hábitos saudáveis);
  • suplementação vitamínica;
  • medicação hormonal;
  • cirurgias, em alguns casos;
  • técnicas de reprodução humana assistida.

Quais são as possibilidades da reprodução assistida?

A indicação para tratamentos de reprodução humana é feita de forma personalizada, considerando todos os fatores apresentados pelo casal, incluindo idade materna, saúde das tubas uterinas, parâmetros seminais, entre outros aspectos.

Quando há alterações masculinas, as possibilidades incluem:

A FIV é uma técnica eficaz, inclusive quando há condições mais graves de infertilidade masculina, como a azoospermia e a oligozoospermia. Esses termos são referentes à ausência de espermatozoides no ejaculado e à baixa contagem de gametas no sêmen, respectivamente.

Nesses casos, como não é possível coletar uma boa quantidade de espermatozoides por meio da ejaculação, eles podem ser extraídos dos órgãos reprodutores (testículos e epidídimos) com os procedimentos PESA, MESA, TESE e Micro-TESE.

Assim, mesmo que os gametas sejam obtidos em menor número, há chances de fertilizar os óvulos em laboratório com a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), pois eles são individualmente analisados e injetados dentro dos óvulos.

Seja por fatores de infertilidade masculina ou feminina, o importante é que o casal pode encontrar soluções na medicina reprodutiva, especialmente ao contar com o apoio de um profissional que também vivenciou e venceu esse desafio.

Faça ainda a leitura do texto sobre infertilidade masculina e conheça mais causas envolvidas