A reprodução assistida é uma área da medicina que, ao longo dos anos, tem se desenvolvido para oferecer opções para quem enfrenta dificuldades para engravidar. Divididas em técnicas de alta e baixa complexidade, as técnicas são indicadas após avaliação individualizada, respeitando as necessidades particulares de cada casal. Entre elas, a abordagem mais simples é o coito programado.
A infertilidade feminina — assim como a masculina — traz receios e preocupações. A ansiedade para ter um bebê pode aumentar a cada resultado negativo nos testes de gravidez. O que muitas mulheres não sabem é que a solução pode ser simples. Dependendo das características da paciente e do fator a superar, uma técnica de baixa complexidade, como o coito programado, pode ser suficiente para encurtar o caminho até a sonhada gestação.
Se você não conhece a técnica ou já ouviu falar, mas ainda tem dúvidas, leia este post com muita atenção e descubra como esse tratamento simples pode ajudar!
O coito programado é uma técnica que visa aumentar as chances de gravidez por meio do monitoramento da ovulação e da definição do melhor período do mês para as relações sexuais. É considerado de baixa complexidade, pois envolve poucos procedimentos e a fertilização ocorre naturalmente no corpo da mulher.
Apesar de ser um tratamento mais simples, o coito programado pode ampliar as chances de concepção, principalmente quando a investigação diagnóstica é bem-feita e a indicação é adequada para o casal.
As indicações para o coito programado são limitadas. Podem se beneficiar com essa técnica os casais com diagnósticos específicos, como distúrbios ovulatórios e frequência de relações com intervalos maiores que três dias.
Além disso, é uma opção mais favorável para mulheres jovens (menos de 35 anos) e com tubas uterinas saudáveis. Não significa que seja contraindicado para pacientes com idade superior a essa. No entanto, as chances de sucesso diminuem consideravelmente, sendo mais indicada a fertilização in vitro (FIV), que é de alta complexidade, para mulheres com idade avançada.
Outro critério importante para ter sucesso com o coito programado é a fertilidade masculina. Como os espermatozoides percorrem seu caminho natural para chegar ao óvulo, é preciso que o homem tenha parâmetros seminais normais para o casal receber essa indicação. Um exame de espermograma pode revelar aspectos como a contagem e a motilidade espermática.
Embora seja uma técnica pouco complexa, o coito programado segue algumas etapas, veja:
O primeiro passo é realizar uma avaliação completa do casal para identificar todas as causas da infertilidade e determinar se o coito programado é a melhor abordagem. Isso inclui exames hormonais e de imagem, como a ultrassonografia pélvica, para avaliar a reserva ovariana e a saúde dos órgãos reprodutores.
Devemos considerar, ainda, a idade e o histórico clínico e reprodutivo da mulher para personalizar o tratamento. O parceiro também precisa ser examinado.
Ainda nessa etapa inicial, e durante todo o tratamento de reprodução, é válido que o casal adote hábitos saudáveis para otimizar a saúde, de modo geral, e maximizar as chances de concepção. O grande objetivo é identificar e corrigir potenciais fatores que poderiam afetar a fertilidade do casal e otimizar a fertilidade do casal para extrair o máximo potencial de cada um e, assim, aumentar as chances de uma gravidez saudável.
Na etapa de estimulação ovariana e indução da ovulação, medicações hormonais específicas, como citrato de clomifeno, letrozol ou gonadotrofinas, são administradas para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. O objetivo é que a mulher libere um ou, no máximo, dois óvulos maduros para serem fertilizados. A dosagem e o tipo de medicamento variam de acordo com o perfil e a resposta de cada paciente.
Essa etapa da indução da ovulação nem sempre é necessária, sendo a sua principal indicação para mulheres que apresentam alterações no processo ovulatório.
O processo de desenvolvimento folicular é monitorado por ultrassonografias e, no momento apropriado, podemos realizar o disparo da ovulação com uma injeção de hCG (gonadotrofina coriônica humana) ou deixar que o próprio organismo da mulher promova a ovulação.
O hCG que é aplicado simula no corpo da mulher o pico de LH (hormônio luteinizante, que participa naturalmente da função ovulatória), desencadeando a ovulação dentro de 36 horas, aproximadamente.
Cientes do dia da ovulação e dos demais que abrangem o período fértil, o casal recebe orientação para manter relações sexuais durante esses dias de maior fertilidade, maximizando as chances de fecundação. Passadas cerca de duas semanas, um teste de gravidez é solicitado para verificar se o tratamento resultou em gravidez.
Diante de um teste positivo, o acompanhamento pré-natal é iniciado para garantir uma gestação saudável. No entanto, caso o resultado seja negativo, avalia-se a necessidade de repetir o tratamento ou partir para outras técnicas de reprodução humana.
As taxas de sucesso do coito programado variam de acordo com a idade da mulher, a qualidade dos óvulos e outras condições. Para mulheres com até 35 anos, as chances de sucesso podem chegar a 20% por ciclo.
O casal, orientado pelo médico especialista, pode decidir se prefere prosseguir tentando mais algumas vezes com o coito programado ou tentar a gravidez com a inseminação intrauterina ou a FIV — esta última é especialmente indicada se o casal desejar otimizar o tempo para a concepção.
Para saber mais sobre o coito programado, confira aqui o texto institucional!